sábado, 19 de março de 2016

Livro: Domínios da História.


Domínios da História - Ensaios de Teoria e Metodologia.

Ciro Flamarion Cardoso, professor titular de história antiga e medieval da UFF. Doutor pela Universidade de Paris X. Autor de vastíssima obra, entre os livros e artigos, destacando-se Os métodos da história, em parceria com Héctor Pérez Brignoli (Graal, 1979) e Ensaios racionalistas (Campus, 1988).

Ronaldo Vainfas, professor titular de história moderna da UFF. Mestre pela UFF, doutor pela USP. Autor de numerosos artigos e livros, entre os quais Trópico dos pecados (Campus, 1989) e A heresia dos índios (Companhia das Letras, 1995).

Resumo: Na visão alemã, a cultura designou os costumes específicos de sociedades individualmente tomadas, os modos de vida que mudam lentamente. Homem do seu tempo, pode observar uma melhor compreensão das lutas de hoje. A concepção histórica do marxismo tem pontos comuns: primeiramente uma síntese global da estrutura, uma visão total. Por segundo, a consciência do homem nem sempre acompanha a época, em terceiro, a especificidade de cada período que acompanha. Quarto: não existem fronteiras quanto às outras disciplinas. Quinto: a pesquisa também preocupa-se com o presente, utilizado como prova, muitas vezes. E em sexto, os marxistas aproximam-se do econômico. O paradigma pós – moderno, lugares de onde se fala, meta discurso, apresentando a tendência hermenêutica nas ciências sociais e seus pontos mais importantes. A história pós - moderna mostra que, há história “de” e “para” os grupos em questão, assim como a teoria global. A tendência hermenêutica mostra a dualidade entre a natureza e a cultura ( o que é da natureza e o que é da cultura); e o lugar do sujeito, tanto como ator social, como observador, onde ele avalia os critérios e escolhe o que quer, evitando assim a confusão das idéias. Num contexto social o enfoque é baseado na compreensão deste mesmo social, como primeiro aspecto. Como um segundo aspecto levar-se ia em conta o papel dos indivíduos e os pequenos grupos. Observando a cultura, os valores, se faz parte daquilo que estuda.

A História Narrativa Tradicional trabalha com estes aspectos e a História Nova não utiliza a observação do segundo aspecto. O saber histórico recebe a estrutura literária, deve-se utilizar um caráter científico, objetivo e racional. Todos os tipos são simbolicamente medidos. A posição pós – moderna é a mais radical e tem uma visão simbólico – realista.

Conclusão do Autor: Ciro tem como objetivo mapear seletivamente o estado atual da disciplina histórica. Tendo dois pólos – o iluminismo (quando surge a cultura) e o pós – moderno (hoje como está). Explica sobre a cultura e a civilização, enfocando a Nova História e o método utilizado, e por que do método como resultado. Explica também que o marxismo de hoje, assim como outras correntes historiográficas sofreram modificações ao longo dos anos. Nenhuma visão hoje em dia, segue suas raízes, pois novos conceitos já foram acrescentados, até para o aperfeiçoamento da técnica. Ciro distingue as objeções ao paradigma como um todo, daquelas mais específicas dirigidas ao marxismo. Exemplifica a micro – história criticando-a, pois diz que o historiador comporta múltiplas representações socialmente diferenciadas e fragmentadas. Critica também os pós – estruturalistas e pós - modernistas que, apesar de terem tido atenção, não souberam resolver os devidos problemas, nem mesmo das problemáticas do modernismo. Assim como, os anti – racionalistas que cometem desleixos teóricos e metodológicos.
Para ele, a mudança afetou a história e deve-se evitar o cientificismo obscurantista presente nos seguidores da Nova História. Denomina como a “história em migalhas”, por que é uma história pobre, segundo o que me passa o autor. Ciro Flamarion Cardoso, é totalmente marxista e segue a linha da História Narrativa, mas usa pontos de outras linhas e visões históricas que possam lhe serem úteis, como alguns pontos da Nova História, aparentemente um método criticado por ele.
Também faz algumas críticas a História Tradicional Narrativa, mas é com o seu amadurecimento e conhecimento que seleciona pontos úteis, e sua história não fica tão narrativa ao ponto de ser cansativa e de se perder. Ou seja, pode-se ter um próprio estilo metodológico, mas antes deve-se escolher uma linha a que seguir, ou usufruir de pontos que possam dar para a história em construção, um sentido linear e não “esmigalhado” ou confuso em suas ideias.

Julgamento da obra: O historiador não deve ter um comportamento imaturo quanto ao “eu acho”, eu quero”, deve-se investigar o conhecimento e alimentá-lo com maiores informações, para que o texto não fique fraco. O conhecimento é alimentado, “enriquecido”, sempre, sempre e sempre, com isto a firmeza do texto e do pensamento, construirá a história. Deve – se preocupar com a posição contrária com a crítica para se chegar ao aperfeiçoamento. A História Nova, se não bem direcionada, pode ter grandes deficiências, que podem ser condenadas a dispersão, se perdendo no contexto. A narrativa é caracterizada pelos detalhes que completam o texto e cada interpretação tem um significado diferente, novo. Embora opte por construir uma História Narrativa Tradicional, também utilizaria pontos da Nova História, para injetar em um estilo próprio, aplicando-o e organizando-o as idéias. Creio que além de uma nova experiência, tive contato com uma ideia nova que clareou minha visão quanto ao preconceito que tinha com a Nova História, afinal ela pode me ser útil.
A resenha é um resumo literário onde são apontadas as falhas da obra, e qual a contribuição deixada pelo autor. Resumo, falhas da obra, contribuições do autor.

Referências bibliográficas - credenciais do autor, conhecimento, conclusão do autor, quadro referencial teórico e metodológico e apreciação da obra. Imprensa (jornal, livro), número de páginas. Autor: Ideias centrais e resumidas da obra, descrição do conteúdo dos capítulos e forma de abordagem: Conclusão do autor: Quadro referencial: qual método e qual teoria serviu para os argumentos do autor: Apreciação, julgamento da obra, trouxe conhecimentos novos?, deficiências, estilo de linguagem adequada?, equilíbrio nas partes que compõe a obra, indicação público a que destina a obra:

Fonte: CARDOSO, Ciro Flamarion, VAINFAS Ronaldo (orgs.) Domínios da História - ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.


Por: Prof. Vanessa.

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