A REVOLUÇÃO FRANCESA E A
MODERNIDADE
Berenice
Cavalcante
A Revolução
abalou a sociedade francesa do séc. XVIII e consequentemente abalou as outras
também, influenciando outros movimentos. Reflexão para políticos, pensadores,
filósofos romancistas e historiadores. Burcke e Kant analisaram. Guizot, e Michelet,
historiadores franceses do séc. XIX. Fim dos tempos modernos e começo dos
contemporâneos. De caráter universal a Revolução Francesa, modelo clássico da
revolução burguesa, para alguns críticos.
Para Marx,
luta de classes, propriedade e questão agrária é o que privilegia. Marca a
passagem do feudalismo para o capitalismo, leis gerais da história explicam
mudanças por modos de produção. Sociedade com base aristocrática.
Transformações no regime de propriedade durante o reinado de Luiz XVI.
Tocqueville,
historiador e aristocrata francês do séc. XIX, apontou que a Revolução começou
em outras sociedades do leste europeu. Indaga sobre homens de letras que
tornaram-se principais políticos no reinado de Luiz XVI e qual efeito na
história da França. Eles foram inseridos na vida social, na alemanha e
Inglaterra não funcionava assim. Usou Voltaire, Rousseau e Montesquieu.
A autora
opta pelo período de 1789 a 1793, atribuindo a Declaração dos Direitos, período
constitucional, vitória do liberalismo, conquista da liberdade ou privilegiar a
Convenção Jacobina. Ampliar conquistas, esforço e sacrifício em prol da
igualdade e imposição do terror.
Importância
ao papel desempenhado pelas idéias dos filósofos iluministas. Para eles as
sociedades eram submetidas ao pensamento escolástico. Críticos que levantam
dúvidas quanto à possibilidade de novas idéias terem a força de mudar regimes
políticos e sociais. O antigo regime francês era a monarquia absolutista. No
reinado de Luiz XIV, século XVIII, o poder estava em processo de centralização.
Controle de duplo monopólio, fiscal e o da violência. Nobres franceses estavam
submissos ao monarca. Monopólio fiscal, rei centralizou o recolhimento dos
impostos e seriam atividades que eram desempenhadas por senhores. As
necessidades financeiras eram crescentes, bancavam guerras e o alto padrão de
vida da família real incluindo a corte toda. O rei com papel de primeiro
cavaleiro, chefe de negócios, aburguesou os nobres e enobreceu os burgueses.
Diminuindo o poder da nobreza, o rei está sempre em choque com a igreja, ambos
obedecem ao papa. O papel da corte é bem sui generes por que primeiro tem que se
saber quantos eram os membros, pois como exemplo Versalhes que eram 4000
famílias ao redor do rei da França. A corte funcionava para si e para o
conjunto. Nestas relações próximas pode-se jogar uns contra os outros como era
de acontecer ou dificultar uniões perigosas.
Todos viviam
as custas do rei, a expansão da propriedade explorada por mão de obra
assalariada criou uma elite dirigente, onde na qual nascem conflitos com estas
elites. A aristocracia manifesta-se no reinado de Luiz XVI. A nobreza, os
bispos e a aristocracia eram movidos pela ambição de querer sempre mais poder.
Luiz XVI, queria confiscar os cargos para depois vendê-los novamente, apenas
por interesse. A burguesia tornara-se insatisfeita pois a possibilidade de
integrar-se ao grupo privilegiado era pequena, comparando com hoje, era como se
a pessoa tirasse a sorte grande. Os de fora ficavam descontentes e pediam
mudanças, é, hoje não mudou muito, pois os de fora são desempregados e outros
continuam protestando. Vem o rei, depois a nobreza e com o descontentamento,
surgem 3 projetos para a França antes da Revolução. Primeiro, inimigos do
Estado, queriam manter regalias, opor-se a centralização do poder para
restabelecer senhorios. Segundo, a Prússia, nobres queriam operar o Estado a
seu proveito, manter o monopólio dos cargos. Terceiro, no lado do Canal da
Mancha queriam uma monarquia à inglesa constitucional e parlamentar, mas não
deu certo. O que demarca também o antigo regime é que instalam os Estados
Gerais e a Declaração dos Direitos do homem e do cidadão. Junto dá-se a queda
da bastilha e a manifestação de camponeses. Houve a vitória do Terceiro Estado,
mas com tudo isso, ainda o rei queria conservar as dízimas, as rendas e os
deveres feudais e senhoriais. Para o rei havia falta de unidade e solidariedade
entre os representantes e membros das ordens. Importante que firma os
princípios da soberania nacional e da igualdade inclui-se nas principais
conquistas da revolução com a declaração dos direitos, pois anulam privilégios.
Sociedade liberal e Democrática, conquista da igualdade e da liberdade dos
franceses. A violência aparece ainda como aliada a liberdade, a monarquia foi
abolida, república proclamada e houve a ditadura jacobina. Nobres falidos e
inconformados. A revolução era em torno da igualdade e liberdade.
Rousseau,
filósofo, preferência dos jacobinos, que influenciou a igualdade para a revolução,
pois ele era amigo da natureza, sensível, justo e defensor da igualdade. Sempre
estranho, o artificialismo na vida foi inadaptado aquele meio, sempre deslocado
talvez por ter sido tímido e pobre. O sentir pesava mais que o pensar. Propõe
obedecer a lei e acabar com dominantes e dominados recuperando a liberdade,
queria a felicidade da coletividade. Organizou a educação com suas idéias,
valorizando o amor casamento, maternidade, educação dos filhos, com a maior
sensibilidade, laços de união, ser só não levava a nada, o povo admirava-o,
reconhecer o valor no simples ato de existir. Igualdade e condições a todos.
Associa-se a ele a origem do romantismo. Homem sente depois pensa, necessidade
de amar e ser amado.
Voltaire,
filósofo e crítico, era preferência dos girondinos, fez homens pensar, mostrou
absurdos da sociedade, fez raciocinarem sob forma dialética, confrontava com
seu argumento claro e preciso. A religião em si para ele, era preconceituosa,
obscura, ignorante e intolerante. Medidas influenciadas por ele a liberdade de
impresa, reforma do processo civil e sistema de salário para os pobres. Queria
monarquia ilustrada com príncipe esclarecido e com isso influenciou o imperador
Frederico II da Prússia, que fez reformas e promoveu a marcha da civilização.
Já no caso da França não deu. Condenava a igreja, enfatizava o pensar,
esperanças para o futuro, humanidade feliz e esclarecida.
Os dois
tinham diferenças mas o que importava era o que representavam em comum,
prestavam serviços a humanidade. O povo queria por um fim neste período, por
isso, buscava os iluministas que criticavam e rejeitavam o antigo regime.
Poderia dizer que os filósofos tivessem provocado uma influência quanto a
Revolução. Imortalizados como precursores da Revolução.
O ciclo
fechado de uma elite intelectual que pesava o saber e aprimorava a formação de
uma opinião. Mas precisavam alcançar um status e ter prestígios. Mudaram o
sistema de educação e dobrou os alfabetizados, aumento no mercado de livros,
resulta o movimento editorial do séc. XVIII, o livro era publicado pelas
amizades que construía e era capaz de cultivar. Os salões foram importantes por
que aproximava e guardava pessoas inteligentes da mesma linguagem. O pensamento
deve ser lógico e sólido, para marcar a expressão. A enciclopédia que a
historiografia indica é a de Diderot e de D'Alembert por que tem a periodização
mais aceita para a Revolução Francesa.
As
definições de Diderot, primeiro, mundo, diversidade infinita sempre em
movimento e segundo o universo, conjunto de corpos que agem uns sobre os
outros, acabam com tudo, não há paz por que tudo está em movimento, formas não
definitivas, "a razão significa para o filósofo o que a graça significa para
o cristão".
D'Alembert,
faz perguntas sobre a vida e o ser, os idealizadores dedicaram-se a conhecer e
buscar a história, botânica, geografia, etc. Usam mais tarde outras formas de
conhecimento um agrupamento com diversas relações.
Espirit de
Finesse, idéias expressas num fluxo se sucedem, entrecruzam e não são jamais as
mesmas e colocar para os intelectuais comprometidos com o iluminismo.
A atividade
científica teve um duplo objetivo, primeiramente a exploração dos fatos através
das descobertas e segundo a criação de um conjunto ordenado por leis. Até
chegar ao fim e ao conhecimento do fato isolado. A enciclopédia é a obra do
Século das Luzes, estabeleceram uma relação entre sensibilidade (experiência) e
intelecto (entendimento), excluíram a religião o domínio da verdade revelada.
Tiraram o conhecimento da igreja.
A Franco
Maçonaria, teve papel importante na expansão dos valores, idéias e práticas
típicas do iluminismo (mesmo estilo), locais privilegiados para discussão,
salões, academias, cafés e lojas maçônicas. Relação entre moral e política,
séc. XVIII na França. Valores morais na política. Partilhar de um segredo,
essência da maçonaria, união de um elo moral. Comunidade de irmãos sem
diferenças de classe e religião. Cautela com quem não era membro e com a
traição. Batalha dos maçons contra a igreja e o rei. O deus é a virtude.
Obedecer a lei moral sempre virtuoso e independente do soberano.
Jacobinismo,
radicalização revolucionária, ação dos clubes sans culottes, ascensão do
movimento popular, ampliação das conquistas sociais, proclamação da republica
igualitária, reconhecimento do sufrágio universal, primeiras experiências
democráticas. Sociedade de pensamento, novas formas de relacionamento social,
unidos por uma idéia ou opinião, resultante de uma discussão. Somente pensar,
não agir, independente do rei, igualdade entre todos, solidariedade e
autoridade. Democracia pura, todos participam, todos opinam, livre pensamento,
expressão ao individualismo. Influenciavam toda a sociedade, época do terror
sangrente foi quando o jacobinismo, em nome do povo, substitui a sociedade e o
Estado.
Boemia
literária, Robert Darnton, estudou a mentalidade francesa do séc. XVIII para
saber como pensavam sobre o iluminismo. Descobriu escritores boêmios que viviam
isolados com poucos recursos, excluídos da sociedade. Colocavam suas idéias em
panfletos (Libelle), lidos nos cafés e os assuntos eram a mordacidade, membros
da aristocracia, da corte, a hierarquia eclesiástica em casos escandalosos.
Todos entravam na fofoca, pois era uma questão moral.
A Revolução
foi um acontecimento revolucionário que era um acontecimento necessário e
irresistível no curso da história. Ela, privilegiou o humano, instaurou o novo.
A autora. Berenice Cavalcante, é
Mestra, Doutora e professora das disciplinas de História Moderna e
Contemporânea. Em seu livro propõe uma periodização mais diversificada, novas
interpretações e técnicas diferenciadas de estudo.
Texto de Berenice
Cavalcante, Síntese por: Professora Vanessa, aula de Revolução Francesa.
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